segunda-feira, 26 de outubro de 2009

DELEITE...

Em delírios as noites perpassam.
Sonhos alucinantes, bocas amargas.
Sufocam-me sob escuma nas vagas.
Ao giro da mente, num sonho, os sonhos passam.
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Em sua tez, ó bela, o alívio da doçura.
olhar meigo, voz suave, tão puros.
Ao engano do poeta, como D' Quixote em apuros.
seu toque incita, como o vinho, à loucura.
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E nos sonhos volto em delírios lívidos.
À desejos juvenis, convite de teus seios.
Tão mornos, palpitam, açulam meus anseios.
Que, de beleza, nunca foram tão bem servidos.
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Ó bela! Ó meu bebê! Mais doce é teu veneno.
Quente é tua pele, macia, de lírio perfumado.
Não haja um ser sido assim tão amado.
Não haja desvario mais prazeroso que o desse veneno.
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Assim, viveremos! Amaremos!.
O vinho que, a noite, aquece.
Faz nossos corpos gemerem em prece.
E só no toque vaporoso do arrebol dormiremos.
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Ó meu bebê! Meu anjo! Minha doce menina.
É diabólica, do teu olhar, a inocência.
De teus beijos aquela leve dormência.
Que de afeto o meu corpo alucina.
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És bela, és linda, encantas.
Incita, excita, desejos por onde segue.
e entre desejos e versos que a teu coração persegue.
Reza este poeta ser dele o que te encantas.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

LEMBRANÇAS, TEXTOS ANTIGOS - 14 ANOS NA ÉPOCA

Agarro-me com força ao cobertor
Nem sinal, só os sons da fria madrugada
Um terror aos meus ouvidos
Um pensamento que não para
E corre cada vez mais distante
Talvez eu não seja tão bom assim
É mais confortante, mais agradável
Poderia ser de outra maneira, mas assim é mais facil
Menos doloroso
Engraçado lembrar que tudo ja foi diferente
Que era interessante viver
Que era bom sonhar
Mais o que são sonhos?
Pensamentos inúteis que aliviam
De que adianta?
Se alguém sempre vem e te acorda
E aí você percebe que é pior do que já pensava
Mais parece uma avalanche
E pensar que eu já tive um
Era simples, mas perfeito
Como quase tudo que é simples
Agora chove
E como é bom...
O melhor momento da madrugada
O melhor som
O melhor aroma
Parece que tudo fica mais calmo
Sabe: a pior parte do sonho não é acordar
É perder
Por isso acho melhor não os ter
Uma parte bem interessante é ver como tudo é tão fácil para todo mundo
...Deve ser uma maneira uma maneira mais simples de livrar-se do assunto
Ou uma menos dolorosa de que "pouco se importa"
"O problema é seu"
E assim descobre-se alguns amigos
Verdadeiros...
...Que não dizem que tudo passa
E mesmo passando ou tendo passado, não dizem que irá passar...
Mas que estarão sempre aqui mesmo que não passe
Acho que nem tudo passa
Ao menos posso dizer que já fui feliz
E que não era um sonho

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"Foge cão, foge... Bem sabes o mal de tua fuga..."


" Sempre um cálido peito é um sepulcro sem preço, em que eu vivo melhor que nas frias adegas..."
Charles Baudelaire

Teus espectros, amigos outrora inefáveis
Leva-te em rumores a vida
Até a comunal incerteza duvida
Das chagas pertinentes intragáveis

Recolha-te as lágrimas, essa impotência
Aprecias essa tez débil, escarnecida
Nem minha meretriz, uma doce suicida
Evidencia-se pervertida em indecência

Não vês? A vida arrebata-te o riso, gracejando
Do Lírio à Artemísia, tão doces, almejando
Zomba-te como o espinho venenoso, áspero

Se há de jazerdes em lúcido tormento
Corres ao cadafalso no delírio de um momento
Arranca-te a psique em profundo desespero

quinta-feira, 16 de julho de 2009


Ah! Solidão, minha doce, indecente amante
Engana-se quem te despreza covardemente
Não sabem que o doce afago, a carícia ardente
E que o puro amor só pertence a amante

Ah! Minha amante teu peito é exílio
Prostíbulo de leitos conchegantes, lençóis sedosos
Não vê entre honrosos e desonrosos
os que acolhes em teu auxílio

Virgem utópica de candura fantasiosa
Tão belo amor não há nessa existência
Mas se consumida em libertina dormência
Real e puro amor é paixão licenciosa

Sim! a Solidão esta puta sincera
amante de seios brandos, amorosos
Suas verdades são tapas dolorosos
Que por medo o poeta dilacera

Minha amante, minha puta libidinosa
Se a ti entrego-me em carnal momento
cura-me a chaga, esse tormento
Ou acalenta-me em verdade enganosa

terça-feira, 14 de julho de 2009

OH! amemos os momentos
A vida é um ultraje ruborizado
Meu corpo dormente, demente
Meu ser, em momentos, laicizado

e como ide ao eterno?
Sem sombras, suplícios, vícios
Se em teu veneno sou terno
Se tuas poses são meus vícios.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Jardim de cactus, flores e espinhos, dores sorridentes, sombra, perfeição... O futuro é uma meta flutuante ...



O futuro no bolso
A alma na mão
Nuvens cinzentas no céu
Não há previsão de perdão
A lua, protetora do sol
À imagem humana sórdida e degradante
Tão solitária em sua inatingível exuberância

E qual melhor amiga que a solidão?
Tão sincera em seu silencio
Dos segredos do fundo da mente
Que não hão de ver a luz
Terão no silencio a resposta da solidão

O leve toque da fêmea em teus cabelos
O beijo, o afago no peito
Te trará o silencio
O veneno da solidão
A lagrima muda que desce ao chão
E em segredo foge

Tudo ganha o esquecimento
Em um suspiro de desejo
Do gemido ao arrepio
À calma
À solidão